Ajuste de Guia INSS: Guia Completo com 5 Tipos Essenciais

Precisa fazer um ajuste de guia INSS? Aprenda o passo a passo para corrigir suas contribuições, conheça os 5 tipos de ajustes e garanta que seu tempo de contribuição esteja correto em 2025.

O ajuste de guia INSS é um procedimento fundamental para garantir que suas contribuições previdenciárias sejam corretamente registradas no sistema. Um erro em uma guia de recolhimento, por menor que pareça, pode resultar em atrasos na sua aposentadoria, na negação de benefícios ou na necessidade de pagar valores retroativos com juros e multas. Manter o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) impecável é o pilar para um futuro previdenciário tranquilo.

Muitos contribuintes individuais, facultativos, empregados domésticos e segurados especiais só percebem a existência de inconsistências quando vão solicitar um benefício. Nesse momento, a urgência para corrigir os dados pode gerar grande estresse. Este guia completo foi elaborado para detalhar cada etapa do processo de ajuste de guia INSS, explicando os diferentes tipos de correções e como você pode solicitá-las em 2025, assegurando que cada centavo contribuído conte para seus direitos.

O que é e por que o ajuste de contribuições no INSS é crucial?

O ajuste de contribuições, tecnicamente conhecido como ajuste de guia, é o processo administrativo realizado para corrigir informações divergentes entre os comprovantes de recolhimento (suas guias pagas) e os dados registrados no CNIS. Este extrato é o documento oficial que comprova seu tempo de contribuição e salários, sendo a base de cálculo para todos os benefícios previdenciários.

A importância desse procedimento é máxima. Erros no CNIS podem impedir o reconhecimento de um vínculo, diminuir o valor do seu benefício de aposentadoria ou auxílio, ou até mesmo levar ao indeferimento do seu pedido. Na prática, um simples erro de digitação no código de pagamento ou na competência pode fazer com que meses ou anos de trabalho não sejam computados pelo INSS.

Realizar o ajuste de guia INSS preventivamente, antes mesmo de precisar de um benefício, é uma atitude inteligente. Isso economiza tempo, evita dores de cabeça e garante que, quando chegar a hora de se aposentar, seu processo flua sem obstáculos burocráticos. A correção garante a validade das suas contribuições e a correta filiação ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

A base legal para o ajuste de guia INSS está detalhada na Instrução Normativa PRES/INSS Nº 128, de 28 de março de 2022. Conforme o Artigo 119 do documento, o ajuste de guia engloba uma série de operações, como inclusão, alteração, exclusão, transferência e desmembramento de recolhimentos.

Esta norma, que pode ser consultada diretamente em fontes oficiais do governo, como o portal do Sistema de Legislação da Previdência Social (SISLEX), estabelece as regras para que o INSS possa corrigir os dados no CNIS a partir dos comprovantes apresentados pelo segurado. A legislação visa dar segurança jurídica tanto para o contribuinte quanto para a autarquia.

Entender essa definição é crucial, pois ela delimita o que pode e o que não pode ser feito. Por exemplo, a norma diferencia claramente as responsabilidades de ajuste que cabem ao INSS daquelas que são de competência exclusiva da Receita Federal do Brasil (RFB), conforme detalhado nos artigos 120 e 121 da mesma instrução. Fazer um ajuste de guia INSS é, portanto, um direito do segurado, amparado por regulamentação específica.

Tabela Comparativa: Tipos de Ajuste de Guia Previdenciária

Para facilitar o entendimento, a tabela abaixo resume as cinco operações principais que podem ser realizadas através de um pedido de ajuste de guia INSS.

Tipo de Ajuste
Descrição
Quando é Utilizado?
Inclusão
Inserir no CNIS contribuições que foram pagas, mas não aparecem no sistema.
Quando você pagou a guia, tem o comprovante, mas o período não consta no seu extrato.
Alteração
Corrigir dados de uma contribuição já existente no CNIS (competência, valor, código).
Quando você pagou a guia com um dado errado (ex: mês de referência ou código de pagamento).
Exclusão
Remover contribuições lançadas indevidamente no seu CNIS.
Em casos de fraude, erro administrativo do INSS ou pagamento em duplicidade que não pode ser desfeito.
Transferência
Mover uma contribuição de um NIT para outro, ou de um NIT para um CNPJ/CEI.
Quando você pagou a guia no NIT de outra pessoa, ou usou seu NIT para pagar uma contribuição da empresa.
Desmembramento
Distribuir valores pagos de forma consolidada (ex: recolhimento trimestral).
Quando o pagamento trimestral não foi dividido automaticamente nos três meses correspondentes no CNIS.

Os 5 tipos de ajuste de Guia INSS e o passo a passo para solicitar

Guia passo a passo para fazer o ajuste de guia INSS online através do portal Meu INSS em 2025.

Conhecer os tipos de ajuste é o primeiro passo. Agora, vamos detalhar cada um deles, explicando quem pode solicitar, quais documentos são necessários e como proceder. O processo de ajuste de guia INSS pode parecer complexo, mas seguindo as orientações, você aumenta suas chances de sucesso.

1. Inclusão de Recolhimentos

A inclusão é necessária quando você efetuou o pagamento de uma Guia da Previdência Social (GPS), mas essa contribuição não foi computada e não aparece no seu extrato CNIS. É um dos tipos mais comuns de ajuste de guia INSS.

Para quem é: Contribuintes individuais, facultativos, empregados domésticos e segurados especiais que possuem o comprovante de pagamento de uma guia que não consta no sistema.

Documentos necessários:

Documento de identificação com foto (RG, CNH).

CPF.

A guia de recolhimento original ou uma cópia legível (GR, carnê, GRCI, GRPS, GPS).

Provas da atividade exercida, no caso de contribuinte individual que precisa comprovar o trabalho no período.

Como solicitar:

1. Reúna a Documentação: Organize todas as guias pagas e os documentos pessoais.

2. Acesse o Meu INSS: O pedido deve ser feito pelo portal ou aplicativo Meu INSS.

3. Busque o Serviço: Procure pela opção “Atualizar Cadastro e/ou Benefício” e selecione a opção para ajustar o CNIS.

4. Anexe os Comprovantes: Digitalize de forma legível as guias e os documentos e anexe ao pedido.

5. Descreva a Solicitação: No campo de texto, explique claramente que você deseja a “inclusão de recolhimentos” e informe as competências (meses) ausentes.

Um erro comum é anexar cópias ilegíveis dos comprovantes, o que leva ao indeferimento imediato. Certifique-se de que a data de pagamento e o valor estejam perfeitamente visíveis.

2. Alteração de Dados da Contribuição

Este tipo de ajuste de guia INSS serve para corrigir informações que foram preenchidas de forma equivocada na guia no momento do pagamento. Erros na competência, no código de pagamento ou no valor são os mais frequentes.

Para quem é: Segurados que identificaram um erro em um recolhimento que já consta no CNIS.

Documentos necessários:

Documento de identificação e CPF.

Cópia legível da guia paga que contém o erro.

Documentos que justifiquem a alteração (ex: se alterou o código de pagamento, pode precisar comprovar a mudança de condição, como de facultativo para contribuinte individual).

Como solicitar:

1. Acesse o Meu INSS: O caminho é similar ao de inclusão, através do serviço de atualização de dados do CNIS.

2. Identifique a Pendência: No seu extrato CNIS, a contribuição com erro pode estar sinalizada com um indicador de pendência.

3. Faça o Pedido: Solicite a “alteração de recolhimento”, especificando qual contribuição (competência e valor) e qual dado deve ser corrigido (ex: “Alterar código de pagamento da competência 03/2024 de 1473 para 1007”).

4. Anexe a Guia: O comprovante de pagamento é a prova principal para a análise do INSS.

Na prática, a alteração de código de pagamento é delicada. Se você pagou como facultativo (código 1406) mas estava exercendo atividade remunerada, precisará solicitar a alteração para o código de contribuinte individual (código 1007) e, possivelmente, complementar o valor da contribuição. É um ajuste de guia INSS que exige atenção. Para saber mais sobre pagamentos retroativos, consulte nosso guia sobre como pagar INSS em atraso.

3. Exclusão de Contribuições Indevidas

A exclusão é uma operação mais rara e utilizada em situações específicas, como quando uma contribuição foi lançada por fraude ou em duplicidade por um erro do próprio sistema e não pode ser revertida de outra forma.

Para quem é: Segurados que possuem em seu CNIS um recolhimento que não lhes pertence ou que foi comprovadamente um erro administrativo.

Documentos necessários:

Documento de identificação e CPF.

Provas robustas de que a contribuição é indevida (ex: boletim de ocorrência em caso de fraude, provas de que não exercia atividade ou não era filiado na época).

Como solicitar:

1. Análise Criteriosa: Tenha certeza absoluta de que a exclusão é necessária. Excluir uma contribuição válida pode prejudicar seu tempo de serviço.

2. Faça a Solicitação Formal: Pelo Meu INSS, no serviço de atualização do CNIS, peça a “exclusão de recolhimento”.

3. Justificativa Detalhada: Explique minuciosamente o motivo pelo qual a contribuição deve ser removida do seu extrato, anexando todas as provas que possuir.

Este tipo de ajuste de guia INSS é tratado com muito rigor pela autarquia, pois impacta diretamente o histórico contributivo.

4. Transferência de Recolhimentos (NIT para NIT, NIT para CNPJ)

A transferência é a solução quando você paga uma contribuição em um número de identificação errado. Isso pode acontecer ao pagar no NIT de um terceiro por engano ou ao usar seu NIT pessoal para pagar uma guia que era de responsabilidade de uma pessoa jurídica (CNPJ).

Para quem é:

Segurados que pagaram em um NIT que não é o seu.

Empresários que pagaram uma contribuição da empresa (pro-labore) no seu NIT de contribuinte individual.

Documentos necessários:

Documento de identificação e CPF (do solicitante).

Cópia legível da guia paga com o identificador errado.

Documentos que comprovem a titularidade do NIT correto (ex: cartão PIS/PASEP).

No caso de transferência para CNPJ, documentos da empresa.

Como solicitar:

1. Reúna as Provas: Organize a guia paga e os documentos que comprovem tanto o erro quanto a identificação correta.

2. Solicite no Meu INSS: Peça a “transferência de recolhimento”, indicando o NIT/CNPJ de origem (onde o pagamento caiu errado) e o NIT/CNPJ de destino (o correto).

3. Detalhe a Operação: Seja claro sobre a competência e o valor a ser transferido.

Um erro comum é achar que esse dinheiro está perdido. O procedimento de ajuste de guia INSS por transferência serve exatamente para realocar o recurso para o cadastro correto. É essencial verificar seu extrato CNIS periodicamente para identificar esses erros a tempo.

5. Desmembramento de Contribuições (Trimestral e Consolidado)

O contribuinte individual e o facultativo podem optar por recolher suas contribuições de forma trimestral para facilitar o pagamento. No entanto, às vezes o sistema do INSS não divide (desmembra) esse pagamento único nos três meses correspondentes, registrando tudo em uma única competência.

Para quem é: Segurados que fizeram o pagamento trimestral (usando os códigos específicos para isso) e notaram que no CNIS o valor não foi distribuído para os três meses do trimestre.

Documentos necessários:

Documento de identificação e CPF.

Cópia legível da guia trimestral paga.

Como solicitar:

1. Verifique seu CNIS: Confirme se o trimestre (ex: Jan, Fev, Mar) não aparece corretamente, constando apenas um pagamento consolidado em Janeiro, por exemplo.

2. Peça o Desmembramento: Através do Meu INSS, solicite o “desmembramento de recolhimento trimestral”.

3. Informe o Período: Indique a competência em que o valor foi consolidado e para quais meses ele deveria ter sido distribuído. Anexe o comprovante do pagamento trimestral.

Este é um ajuste de guia INSS relativamente simples, mas vital para que os três meses sejam contados corretamente para sua aposentadoria. Corrigir isso é crucial para planejar sua aposentadoria como contribuinte individual.

Perguntas Frequentes sobre Ajuste de Guia INSS (FAQ)

Abaixo respondemos as perguntas mais frequentes a respeito do ajuste de contribuições:

Preciso de um advogado para solicitar o ajuste de guia INSS?

Não, o pedido de ajuste de guia INSS é um serviço administrativo que pode ser solicitado diretamente pelo segurado através do portal Meu INSS, sem a necessidade de um advogado. Contudo, em casos complexos, com muitos erros ou se o pedido for negado, a orientação de um especialista em direito previdenciário pode ser decisiva.

Quanto tempo demora a análise de um pedido de ajuste pelo INSS?

O prazo pode variar bastante. Pedidos simples, como um desmembramento, podem ser processados em poucas semanas. Já solicitações mais complexas, como transferências ou inclusões que exigem comprovação de atividade, podem levar de 90 a 180 dias ou mais, dependendo da demanda da agência do INSS responsável.

Onde solicitar o ajuste de guia INSS? É online?

Sim, a forma preferencial e mais ágil é online, através do portal ou aplicativo Meu INSS. Você deve procurar pelo serviço “Atualizar Cadastro e/ou Benefício”. Em último caso, você pode agendar um atendimento presencial em uma Agência da Previdência Social, mas o caminho digital é o mais recomendado.

O que acontece se eu não corrigir uma guia paga com dados errados?

Se você não fizer o ajuste de guia INSS, a contribuição paga com erro pode não ser computada para seu tempo de contribuição ou para o cálculo do seu salário de benefício. Isso significa que, na prática, é como se você não tivesse pago, podendo resultar em um benefício com valor menor ou na negativa do seu direito à aposentadoria.

É possível fazer o ajuste de guia INSS para contribuições muito antigas?

Sim, é possível. Conforme a Instrução Normativa 128/2022, recolhimentos constantes em microfichas, a partir de abril de 1973 para domésticos e setembro de 1973 para autônomos, podem ser incluídos a pedido do filiado. O direito à correção não prescreve, desde que você tenha os comprovantes de pagamento.

Qual a diferença entre o ajuste feito pelo INSS e pela Receita Federal?

De forma geral, o INSS trata dos ajustes que afetam o extrato CNIS do segurado (inclusão, alteração de código, transferência entre NITs). A Receita Federal (SRFB), por sua vez, é responsável por questões mais ligadas à arrecadação, como a alteração do valor autenticado ou da data de pagamento em uma GPS e a transferência de valores de um CNPJ para um NIT.

Conclusão: A importância de manter seu CNIS atualizado

Chegamos ao final deste guia detalhado, e a mensagem principal é clara: a responsabilidade pela verificação e correção do seu extrato de contribuições é sua. O processo de ajuste de guia INSS é a ferramenta que o sistema oferece para que você possa garantir que todo o seu esforço de trabalho e contribuição seja devidamente reconhecido.

Não espere a véspera de se aposentar para descobrir pendências. Crie o hábito de acessar o Meu INSS a cada seis meses para conferir seu extrato. Ao identificar qualquer divergência, inicie o quanto antes o procedimento de ajuste de guia INSS apropriado. Seja uma inclusão, alteração, transferência, exclusão ou desmembramento, agir proativamente é a chave.

Lembre-se que um CNIS correto e atualizado é o passaporte para um benefício justo e concedido sem demoras. Utilize as informações deste guia para navegar pela burocracia, defender seus direitos e construir um futuro previdenciário sólido e seguro.

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